terça-feira, 10 de setembro de 2013

9 para 9

- Amor, abre a cortina.
Setembro está vindo,
o sol é radiante
e os ipês estão florindo.
A harmonia se afina,
A vida recomeça, tudo se anima.
Aproveitemos – setembro vem.
Chega imponente e deslumbrante.  
Amor abre a cortina, o dia está lindo.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Sempre dizem que a sorte bate à nossa porta.
Prefiro crer que sim.
por vezes, apenas não temos o tino
para convidá-la para entrar e tomar chá.
Por vezes, a sorte veio à minha casa.
Na voz dos amigos,
na companhia dos irmãos,
nos abraços das paixões que tive,
no sorriso e na mão do amor que tenho.
Encontrei a sorte, sobretudo no colo da vida.
Quando aí não a encontrei,
sua falta foi preenchida pelo afago da mãe.
Mas quando a sorte não bate à porta,
pode ser que esteja a caminho.
Por isso, quando a mudança colocar-se à soleira, serei gentil.

Ela pode ter vindo me convidar a sair e encontrar a sorte que está lá fora.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Revolusseau
“O Homem nasceu livre e por toda parte ele está agrilhoado”
“O mais forte nunca é bastante forte para ser sempre senhor”
                                                                   Jean-Jacques Rousseau

Eis que chegará a hora de usares tua força
Para libertar-te dos grilhões,
Aquela endossada, qual constitui a força de teu senhor.
Assim tocarás o chão e as verdadeiras flores,
Assim alcançarás o céu, alcançarás o sol.
Isto acontecerá quando te despertares,
Quando deres conta de teu direito
De não morrer pelo teu príncipe.
Pois, se há tua força, não há de haver tua covardia.
Sendo finita a força dele, há de ser a condição do Estado,

Há de voltar a ser a vida uma dádiva da natureza. 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dorme José
Sossega e dorme, José.
Dorme que assim você sonha.
Dorme, pode dormir.
Sonha, pode sonhar.

Enquanto você dorme,
cantam-te acalantos
(canções de ninar),
contam-te estórias “para boi dormir”.

Enquanto você dorme
e demora a acordar,
teu café vai para Europa,
teu trigo se some.

Logo serão cinco horas,
o galo vai cantar.
- hora do trabalho, olha o ônibus!
Você vai despertar.

Nesse bolo todo
vai comer broa, vai comer bolo,
beber leite com água e soja

e tomar café com gosto de chá.

terça-feira, 18 de junho de 2013

ad libertas”
A ti, que tantas vezes fora cantada.
A ti, ó insondável,
qual não se pode saber onde encontrar.
Na morte?
No amor?
Na loucura?
Em sua honra, amada musa.
Deste que te almeja,
deste que te busca,
deste que te beija.
Deste que te deixa
por ter tido a liberdade de sonhar
sem preocupar-se com a verdade
e que viu tua falsa imagem
ser imposta livremente.
Deste que acordou
e preferiu viver preso em sua utopia
a continuar vivendo “livre” por aí, amordaçado,
com os braços atados numa camisa-de-força (invisível e real).
De um cativo que abdica desta liberdade
que nos permite não fazer o que quisermos,
que nos permite sermos servos,
presos livremente.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Reclames




Posso reclamar.
Mas os reclames já não são os mais honestos.
Ante mágoas, posso até chorar.
Porém as lágrimas não caem assim tão cristalinas. 

Tristes, tristes tempos!
A verdade já não é mais virtude.

Talvez, pareça eu para as pessoas
Uma cabeça louca
E uma grande boca
Que só fala merda.

Mas empapuça-me este ar sujo
Que aos pulmões agride
E às mentes, afeta.

Faria bem parar com tudo isto,
Ficar calado,
Largar mão destas ideias.

Apenas apago o lumeeiro
Que nas noites frias me aquece o peito
E queima os dedos.

Vou rolar madrugada a fora,
Sobre a cama fria.
Para amanhã, de novo,
Ruminar meus pensamentos,
Golfar meu falho canto
E engolir todos a seco. 

Amores vêm e vão.
As dores às vezes não. 

Hey mom, my pipe is not for the crack.
I like to smoke it
when I am writing my paperbacks.
I do it so much that I have a paper stack.

my pipe should not be against the law.
It is an innocent object taking me to flow.
don't worry, I'm not smoking on my bedroom.
I will not to burn my bed, I promise, sure.
I always know what I do.
I'm only enjoying my weed.
And I always dispense the seeds.

(specially dedicated to the "SemSemente" magazine. www.semsemente.com)

Pobres Filhos do Brasil


Pobres Filhos do Brasil

A cada vez que tu fores abordado
Por um destes pobres filhos do Brasil,
Com a voz lânguida a te pedir um trocado,
Tenta lembrar-te de que ele mesmo não é responsável
Pela sua própria situação.
A cada vez que tu fores solicitado por um destes pequenos,
De rosto sujo e roupa rota, querendo um pão,
Lembra-te de que um único pão não saciará a fome de dias.
E antes de considerar-te astuto em saber
Que o pão não será realmente o objeto de consumo,
Saibas que recomendar-lhe uma dose de veneno
Não será jamais a melhor solução.
A cada vez que tu fores importunado
Por um destes pobres miseráveis filhos do Brasil,
Antes de querer pisar-lhe a cabeça,
Como se ele fora animal asqueroso emergido de um buraco,
Pondera que não é ele o culpado pela condição deplorável
Que o rebaixa sob os teus pés.
E enquanto tu esperas alimentá-lo com lixo,
Ele só espera um gesto simples:
De ser feliz ao lustrar teus sapatos tão limpos.  

Lista de coisas a fazer


Lista de coisas a fazer

Um rapaz trazia tatuado em seu braço:
“a umildade prevalece”.
Aqui só há umidade de um dia sem sol.
Mas penso que não há na vida uma idade
Para fazer algo.
Aprender a escrever,
Marcar o seu corpo,
Ter dor ou prazer,
Sentir pulsar o seu sangue,
Agitar o seu peito,
Chorar ou sorrir,
Conhecer o inédito,
Acender um cigarro,
Tomar um banho na chuva.
Experiências sem hora marcada
Porque não há uma idade para viver. 

terça-feira, 5 de junho de 2012

Poema de aniversário.


Poema de aniversário. 


Manhãzinha, vou lá fora
Saudar o dia com Santa Maria,
Que 05 de Junho é dia do verde.
E por graça coincidente, é também este meu dia.
Hoje se comemora a natureza,
Do jardim e da mata.
Comemora-se a alegria do bicho vivente,
A beleza das pedras da serra,
Do rio nascente, da corrente cascata.
Salve este dia frio do sul do Brasil!
Salve os amigos e o calor que eles têm!
Brindemos a uva do vinho
E o aroma da vida.
Louvemos ao sol, à chuva, à lua princesa.
Agradeço à beleza, ao amor,
A tudo de bom que na vida se encerra.
Agradeço à família, à companheira, aos amigos.
E brindo por cada dia deles comigo,
Neste 27 anos deste vivente na terra.  

domingo, 18 de março de 2012

Hoje cruzaste o limite.
Pisaste vacilante sobre a última estrada.
Hoje entoamos o canto mais triste,
Na elegia de um blues para uma morte anunciada.
Trocaste teus passos mais trôpegos sobra a linha da vida,
A mais tênue e mais oscilante.
Enveredaste pelo caminho mais infeliz: o da tua derrocada.
Encontraste a hora derradeira sobre o asfalto,
O ponto terminal de tua jornada.
Não olhaste à frente, sem procurar o futuro.
Não olhaste para trás, sem lembrar o passado.
Deixaste sem rumo teus filhos, sem sorte, sem nada.
Aos teus amigos o pranto como um trago de cana.
Às mulheres da casa fez tuas herdeiras, da prole, da dor e da vida mal dada.    
Escrever é
redigir palavra após palavra
depois ponto. Em seguida,
 palavra, vírgula, mais palavras
e vírgulas e vai, vai, vai.
Enfim, pronto – com ponto
Ou sem ponto. 
O blues tal qual ferida na alma
Numa noite intranqüila, sem sono,
Um copo de calma
E você estirada sobre a cama
Pede à lua que entre, se faça minha dama. 
Não queria ter que saber que a vida toma seus rumos.
Não queria ter que saber que cada um faz suas escolhas
E que a escolha pode não ser quem espera ser escolhido.
Passaria bem sem saber que eu lhe devo dinheiro,
Passaria melhor sem lhe dever dinheiro.
Não queria saber que lhe devo respeito,
Nem que você me deve respeito.
Pior ainda é saber que você pode não me respeitar. 

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Planos em Poema

Planos em Poema (eu e ela no futuro) 

Eu me pego aqui sentado, fazendo grandes planos:
Te tomar pela mão para irmos ver o pôr do sol
Porque ele é para nós dois, num mundo todo nosso.

Ter uma rede na varanda
E um jardim com um balanço.
Curtir as tardes de descanso, admirando o céu azul,
Sentindo o cheiro doce dos jasmins.

Trilhar juntos todos os caminhos,
De mãos dadas, lado a lado.
E então dançar diante da vida
Aos embalos de um rock.

Quero que a felicidade bata à sua porta,
Que esse seu sorriso dos seus vinte anos
Brilhe em nossos dias pela vida toda.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mania de Poetas

Mania de Poetas

Creio que os poetas têm mania de sentir o que outros poetas sentem. E de crer que os grandes poetas pensaram o que ele (o poeta em questão) também pensa. Acredito que os poetas têm fixação pelas idéias mirabolantes e pensamentos embaralhados de todos os poetas; pelas sensações furtivas e efêmeras que os poetas têm. Creio que os poetas sabem que são homens – homens poetas. 
Acima do chão, abaixo do céu.
Minha vontade é de caminhar.
Ir sem rumo certo, andar sem destino.
Chegar a um lugar que seja bom para olhar as estrelas.
Tudo o que preciso é da luz das estrelas como companhia
E do firmamento como abrigo.
Veni
Et
Vidi
Victor.
Poetizarce primum.
Ad poetizarem,
Post poetizarum. 
Sentir o peso do chumbo, o ardor gelado do metal
E ainda assim, ser levado pelos sussurros aos ouvidos:
Melodiosos, vêm como ondas etéreas,
 Vindo leves pelo ar, vêm de manso.
 Abraçam, te envolvem, tomam pelo braço e levam.
Repentinamente suspendem pelo âmago, te laçam.
Como enquanto ouvisse o acalanto do vento,
Qual o santo enlaçado ao tronco,
Sem mais, arpejaram-te pelo peito.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

9 versos para o mês 9


9 para 9

- Amor, abre a cortina.
Setembro está vindo,
o sol é radiante
e os ipês estão florindo.
A harmonia se afina,
A vida recomeça, tudo se anima.
Aproveitemos – setembro vem.
Chega imponente e deslumbrante.  
Amor abre a cortina, o dia está lindo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jonas (Revived)


Jonas (revived)

Um dia, Jonas veio me contar
Sobre aquele velho tempo ido que não vem mais.
De quando ele cantava aquilo que tocava no seu coração.
E nas noites vagava triste, junto ao seu violão.

Mas quis a vida que o destino de Jonas seguisse outro caminho,
Com endereço prescrito.  
No amanhã, o futuro só hoje conhecido
Teria o nome e o telefone rabiscados num simples cartão.

Hoje, Jonas é um homem convicto
De que aquele mesmo destino
Fez dele um cara feliz.
E ele canta tudo isso com seu jeito sorridente,
Com uma alegria ascendente
De quem teve o que quis.

E também beija suas meninas
Com o brilho na retina de uma vida em vida em sol a pino.
Ele celebra os dias com um sorriso de menino
Que os ganhou de presente num pacote colorido,
Com fita, laço e cartão...  

domingo, 14 de agosto de 2011

26 de maio


Ei, velho! Você anda tão calado.
Já há bastante tempo a gente não conversa.
Eu sei, sou controverso e há bastante tempo estou mudado.
Sabe velho, sem você por perto o futebol não tem mais graça...
Sem você por perto o mundo às vezes pára
e o tempo assume estado nostálgico.
Esse aspecto saudosista vem à tona em qualquer coisa que eu faça.
Meu amigo, sente-se aqui ao meu lado.
Quer tomar um chá?
Estou lhe esperando para lavar o velho carro.
Ou irei lavá-lo só, com as lágrimas que eu derrubar?
26 de maio, desde então minhas lembranças vagam,
carregam minha dor a esmo, cavalgando um tordilho, um corcel.
Vou montar minha bicicleta e pedalar até o céu.
Velho, eu sinto falta de contar para algém aquilo que eu sei.
Você se foi e foi o homem da minha vida,
o homem que eu amei.
Ei velho! Estou muito abalado.
Vou acabar aqui nossa conversa
ou vou chorar. E tudo que agora eu disse estará arruinado. 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011


[...]- Viva, Sr. Macedo, por onde tem andado que desapareceu?
Era o canário; estava parado junto a uma árvore. Imaginem como fiquei, e o que lhe disse. O meu amigo cuidou que eu estivesse doido; mas que me importavam cuidados de amigos?
Falei ao canário com ternura, pedi-lhe que viesse continuar a conversação, naquele nosso mundo composto de uma tela com barra de endereços, caixa de mensagens e ambiente branco e quadrilátero.
- Que tela? Que barras?
- O mundo, meu querido.
- Que mundo? Tu não perdes os maus costumes de professor. O mundo, concluiu solenemente, é um espaço infinito e azul, com barra de endereços por cima. Indignado, retorqui-lhe que, se eu lhe desse crédito, o mundo era tudo; até já fora uma rede social.
Rede social? trilou ele às bandeiras despregadas. Mas há mesmo redes sociais?[...]
Cesar A. Matos. Paródia de “Idéias do Canário”, de Machado de Assis. 

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sobre o Amor

Sobre o Amor

Aprenda a diagnosticar o Amor:

O Amor não é algo que se possa tornar claro.
Tampouco é algo objetivo.
Houve supostos amores que não passaram de mera ilusão.
Por isso não nos aprecemos em identificar algo tão abstruso,
Inferindo sem rigor premissas muito frágeis.
Hipóteses facilmente falseáveis não darão conta deste tema
- quase uma quimera -
Que não poderá nunca ser simples – tenho percebido.

O Amor não é algo polido,
Não é sempre cintilante.
Por vezes, é pesado e dolorido.
Embora qualquer amor seja de valor inestimável
E seja extremamente importante,
Nem todo amor é bem agradecido.
Pelo que os sábios têm ensinado,
O Amor está dentre o que há de mais ininteligível.
Têm o descrito tão obscuro quanto o Espírito.
Estejam todos precavidos, sejam prudentes.
Ao lidar com o Amor tenham sempre cuidado.
Não há absoluta certeza sobre suas causas ou efeitos,
Físicos ou psíquicos – os cientistas têm dito.

Há amores que de tão breves são efêmeros.
Há amores banais e até mesmo amores vis.
Esteja atento ao escolher um deles.
Há amores que quase não podem ser esquecidos.
Ainda que seja um amor lamentável
- pelo que muitos têm narrado ter sentido.

Sobretudo e sem tardar, há que se advertir:
Por mais que seu amor seja muito bonito,
Por mais que seja exuberante e até gigantesco
- pelo que os poetas têm descrito –
Não se sabe se realmente há amor infinito.
 
Em dias de chuva também corre o destino.
O trovão é o passado da luz,
A tempestade é o presente do vento
E a sede não espera em vão o futuro das gotas.
Que bençãos precipitam dos céus?
Outrora vi dias afundarem nas poças.
Mas bençãos precipitam dos céus!
Em dias de chuva também corre o destino.
Hoje pula na poça, brincando e sorrindo diante do futuro.
Diante do porvir, Hoje é um alegre menino. 

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Noite Sentimental

Noite Sentimental







Esta noite estou sentimental.

Hoje refleti sobre a vida, decidi o futuro,

Tive boas e más lembranças, me senti mais maduro.

Pensei sobre coisas de família e demais relações afetivas.

Talvez tenha me sentido mais velho.

Pessoas mais velhas julgam que jovens são extremamente sentimentais.

Ao que me parece, o sentimentalismo dos adultos é tanto mais consistente.

E isso denota que os mais velhos são bastante sentimentais.

Algumas pessoas – geralmente mais velhas e sentimentais –

Lêm regurlamente o horóscopo.

Hoje meu horóscopo me dizia coisas sobre bons sentimentos,

Bons acontecimentos e mais.

Tive boas emoções diante de um diagnóstico sentimental.

Esta noite as outras pessoas também estão sentimentais.

Algumas me parecem carentes.

Na maioria delas pude observar certa necessidade de compartilhar coisas passionais.

Todos nós envolvidos em memórias e paixões sedimentares.

Creio que hoje nos encontramos em estado sentimentalista.

E eu acometido de alguma comoção, venho a escrever esse poema.

Enfim, não sei se em função dos corpos celestes,

Se por causa do frio ou da Lua.

Eis uma noite sentimental.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Dia da Procrastinação

O dia da procrastinação. 
Dia daqueles em que tudo se adia.
Haverá pouco trabalho, a reunião foi adiada,
não haverá aulas talvez. 
Os amigos ficarão em casa.
Pelo telefone procuro a amada 
para contar que hoje tudo ficou para mais tarde.
O espaço parece desordenado.
O tempo letárgico corre lento como um samba desritmado.
Horas depois estarei em casa e vou dormir
que hoje tudo parece desalinhado.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010



Senti soprar um vento forte
tal qual o ar de uma noite de cristal, 
o que sobrou da luz do cosmos, 
luar gelado sobre um espelho de metal. 

A lua está enfeitada com um colar de estrelas.
A noite é minha companheira, é! 
O orvalho mostra a noite enamorada 
e uma calçada se faz cama aos meus pés.

Senti no corpo um peso grande
do ar pesado de uma noite de cristal,
brisa da noite para um ébrio errante
e um blues pulsante sob a lua tropical.

Se a lua está enfeitada com um colar de estrelas,
a noite é minha companheira, é! 
O orvalho mostra a noite enamorada 
e uma calçada se faz cama aos meus pés.

sábado, 27 de novembro de 2010

if your wings seems small (never you are late to learn fly away)

if your wings seems small (never you are late to learn fly away)

don't worry my friend,
if your wings seems small.
after all this way nor always goes down
and sometimes the sky are close to her hands.
if you really want, 
never you are late 
to learn to fly away.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Vários (múltiplos de um mesmo um)


Vários (múltiplos de um mesmo um)


Várias luzes de uma mesma lua.
Várias faces de uma mesma rua.
Várias fases, vários rumos de uma mesma história.
Vários beijos entre a minha boca e a sua.

Vários tempos de uma mesma nota.
Vários tons de uma mesma corda.
Várias notas de uma mesma música.

E de tudo mais que temos em comum, isto é pouco.

Vários pontos de um mesmo fuso.
Várias partes de uma mesma reta.
Várias retas de um mesmo ciclo.
Várias gotas de um mesmo copo.
Vários tombos de um mesmo corpo.
Várias pétalas de uma mesma rosa.

E de tudo mais que temos em comum, isto é pouco.
Posto que podemos ser apenas.

Várias cores de uma mesma tela.
Vários nomes de uma mesma letra.
Várias letras de uma mesma tecla.
Várias frases de uma mesma prosa.
Vários pontos de um mesmo conto.
Vários contos de um mesmo livro.
Vários coros de um mesmo canto.
Vários cantos de uma mesma sala.

E de tudo mais que temos em comum, isto é pouco.
Posto que podemos ser apenas múltiplos.

Várias pedras de um mesmo rio.
Vários rios de um mesmo fluxo.
Vários fluxos de uma mesma água.

E de tudo mais que temos em comum, isto é pouco.
Posto que podemos ser apenas
Múltiplos de um mesmo um.

                                                                                       Cesar Augusto Matos

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Since a long time, 
I'm still waiting. 
You're who can do me rise up or to fall. 
So come on, pretty baby! 
stand by my side
and be all mine for a long life. 

Just understand: I love you , Baby. 
Just understand: I want you , Baby.

Because I don't matter, 
I hope badly or better, 
get you now and later 
as my love maker. 
The time do me rise. 
The time do me fall.
The time is long, 
than it is small. 
Just understand: I love you , Baby. 
Just understand: I want you , Baby.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

MULTIPLICIDADE DOS CANTOS CONCEBIDOS SOBRE IMPRESSÕES À QUÁDRUPLA RAZÃO.

Multiplicidade dos Cantos Concebidos sobre Impressões à Quádrupla Razão
    (Bruno Silveira / Carlos Eduardo (Tucano) / Cesar Augusto (Zarce) / Victor Hugo)
 I

Cantos insoles
solenemente invadem meus ouvidos ébrios,
segundos psicodélicos.

Apenas o som cotidiano de um tempo passado,
vida que corre, que vai e que vira,
de repente desatina num compasso desritmado.
A vida auto-falante, de filtro amarelo, cabelo amarrado.
Ela sentida ao embalo de uma canção,
repentina vida
concebida no poema plural e sativo
que aos poucos vem, vindo a quatro mãos.

II

Peixes de rio
em nossos corpos descansam,
nas ondas de frequência
onde canta a voz etéria.
Corações jovens balançam, na mecânica matéria...

Temos um vislumbre aquoso de um encontro auspicioso.
Um instante, um mergulho aos olhos do espírito.
Um gole d'água, uma idéia em princípio.
Uma viagem em seu início no solstício da ilusão
e em cada parte forma-se a corrente,
conecta vinil e respira inspiração,
de idéia    em    idéia,
pensamento   em   pensamento,
faz-se a torrente. De pingo em pingo,
o clube na agulha faz um respingo.
Aretha fagulha no leito de um rio, 
um blues no coração colore a oração
de meus absurdos tímpanos mudos,
no vago sentido obscuro
de buscar o amor.

III

...Minha vida de fósforo folk
acende o mundo esta noite.
Meu dia é véu,
veneno de manto sem estrelas,
sem constelação ou vulva morena.
Costuro sem agulha meu coração banhado em éter,
lambe gilete e dispensa catéter...

(Remédio "Pra" Você) SINTAX 2000.® Poesia Prafrentechs™

WORD ART (VISUAL POETRY ENTERTAINMENTS)



"What's Happening? Happiness!"






Fra-Z (Unidade Mínima de Linguagem)













"Take These Bronken Wings And Learn To Fly"

sábado, 11 de setembro de 2010

Nelson Rodrigues: um olhar profundo sobre o Rio de Janeiro.

Cesar Augusto Matos



Nelson Rodrigues: um olhar profundo sobre o Rio de Janeiro.

O título deste trabalho representa a intenção de transmitir os comentários sobre a obra de Nelson Rodrigues, mas não originados de uma leitura que pretende ser uma “análise crítica de uma obra literária”, sendo simplesmente uma singela “leitura reflexiva” da obra do escritor. Sem dúvidas a arte de Nelson Rodrigues (1912 – 1980) nos oferece material para a análise minuciosa de cada escrito com profundidade na forma e no conteúdo. Seus elementos estéticos, suas estruturas narrativas e seus recursos lingüísticos nos dispõem o material para a crítica literária, se é melhor colocarmos nestes termos (de crítica literária). Já os sentimentos de passionalidade que nos infundem suas imagens e palavras são oriundos da relação intimista entre o autor e os anseios e alegrias, prazeres, angústias e conflitos morais e sociais de um homem do século XX. Essa relação é realizada no ambiente do espaço urbano carioca, a partir de um sujeito histórico de quem, respeitosamente, podemos dizer um eloqüente boêmio nos proporciona o esperado entretenimento e a divida instrução. Assim as palavras de Nelson nos comunicam seu olhar sobre o assalariado suburbano e sobre o burguês carioca e numa analogia poderíamos dizer que ele, do topo de um “morro da Urca” os vê, a cada um, dentro de seus quartos. Isto é, numa visão sobre a sociedade fluminense considerando-a em seu todo, como grupo ou corpo social, e considerando-a em suas partes, como em cada indivíduo humano. Nas obras de Nelson as experiências humanas das paixões e vontades ou das convenções sociais e dos comportamentos, os conteúdos sobre moral e sobre costumes, sobre religião, ética e política são contados no ambiente das dores e prazeres de um homem. Este texto por sua vez é apenas o dialogo indireto com um artista dotado da sensibilidade de um apaixonado e da sapiência de um erudito, que pode nos parecer um mestre ou um companheiro que nos permite chamá-lo apenas de Nelson.
Suponho ser coerente dizer que as obras de Nelson Rodrigues foram criadas sobre os moldes estéticos que lhe dão a forma inovadora da arte do século XX. Elas ainda ofereceram novo fôlego à literatura brasileira. E creio que apenas as premissas de uma arte poética libertária, encontradas na arte modernista, permitiriam um tipo de tragédia atualizada ou contemporânea como a criada por Nelson.
Com a adoção de ambientes que podem ser reconhecidos fisicamente o autor nos proporciona a representação de espaços familiares. Assim como com a narrativa de um tempo consideravelmente próximo o autor pôde compartilhar suas experiências de modo a inspirar no leitor sensações de verossimilhança com a realidade vivida no cotidiano de cada um, para mais perto ou mais longe, porém sem deixar de relacionar-se com autor e obra podendo identificar-se a si mesmo. Já a linguagem com qual apresenta suas estórias pode ser considerada popular ou coloquial, mas isso não lhe desmereceria, afinal essa linguagem popular permitiu que sua obra fosse amplamente difundida em língua nacional e estrangeira e assim Nelson se popularizaria.
Não ousaria assumir intenções para (um libertino) Nelson Rodrigues ao criar suas obras, fazendo parecer que o autor, deliberadamente, nos oferece argumentos para os fundamentos antropológicos de sua arte, no entanto é cabível oferecer a ele este corolário.
Numa abordagem pelo viés estético dos textos poderemos alcançar seus conteúdos antropológicos. A contextualização das obras dentro da Teoria Estética Moderna, remontando a “Os Bandoleiros” (Die Räuber, 1781) de Schiller, nos mostrará que Nelson Rodrigues pôde aproximar leitor e obra e, utilizando o tempo próximo e lugares comuns, em cenas ambientadas no espaço urbano do Rio de Janeiro, associadas ao cotidiano e a adoção de uma linguagem popular servem para a determinação histórica dos indivíduos representados pelas personagens. Bem como a criação de personagens oriundas de esferas sociais menos prestigiadas na tragédia anterior à tragédia burguesa a partir do século XVIII, que enfrentam conflitos e anseios antes reservados às personagens da elite, permitiu a ele criar um tipo de tragédia atualizada, nos levando ainda à possibilidade de colocar o indivíduo face ao corpo social que ele compõe. Em termos modernos isso significaria empreender a determinação do sujeito e a partir dele, em movimento exterior, lançando-o em transcendência a uma totalidade na esfera do social, universalizá-lo. Isto significa que é necessário perguntar quem é este homem que sente as dores e prazeres, que vive as experiências, encontra os conflitos e participa de uma totalidade compondo grupos e cultura. Se a partir dos textos de Nelson pudermos explorar os costumes, também nos ressaltará o indivíduo.
A possibilidade de remontar de Nelson Rodrigues a Friedrich Schiller se faz presente, a pesar do longo espaço cronológico que os separa, porque há em suas obras vários pontos comuns. Johann Christoph Friedrich Von Schiller (1759 – 1805) foi um poeta, dramaturgo, historiador, filósofo esteta, prussiano que viveu no cerne da formação literária alemã. Ele compunha junto a autores como J. W Von Goethe, Friedrich Maximilian Kingler e Johann Gottfried Von Herder, entre outros, o sturm und drang (tempestade e ímpeto), movimento pré-romântico alemão. O sturm und drang (1760- 1780), antecedeu, na Alemanha do século XVIII, ao período classista do romantismo alemão (1780 – 1805) e foi um movimento literário que reivindicava em campo estético a possibilidade de produzir um tipo de arte emancipadora, livre de vez dos cânones da arte cortesã regida pelas regras racionalistas da poétique classique française (poética clássica francesa) e podendo assim empreender um tipo de literatura engajada socialmente, onde os textos, diferentemente dos textos da tragédie classique (tragédia clássica), deveriam ser escritos em língua nacional, com linguagem popular e pouco rebuscada, para então assumirem seu caráter de arte transformadora da cultura e do corpo social.
Se o “jovem Werther” de Goethe assumia princípios de transformação, sobretudo estética, o “jovem Karl Moor ”de Schiller assumiria um princípio de transformação social a partir de um campo estético. Autores como Kingler e Schiller só poderiam engendrar uma arte crítica no sentido de voltar-se para a sociedade e para os costumes, refletir sobre eles e poder intervir de modo a transformá-los, se assumissem como fundamento de sua arte a possibilidade de, através da expressão artística, universalizar o indivíduo determinado historicamente. Então toda a singularidade das vivências de um indivíduo pode ser socializada por ele através de sua realização concreta, vindo a compor algum tipo de cultura.
Em “Os Bandoleiros” (Die Räuber, 1781), Schiller aborda questões sociais e políticas que dizem respeito a um corpo social, mas também aborda questões éticas e morais inerentes ao indivíduo como tal. O protagonista do drama é Karl Moor, um jovem que em seu comportamento radical demonstra sua insatisfação diante de uma cultura elitista totalitária, opressora e submitiva, erigida sob a égide dos governos monárquicos dos dois primeiros séculos Modernos. Karl está insatisfeito com os planos aristocráticos de seu pai e com a disputa familiar promovida contra ele por seu irmão, Daniel Moor, em face dos bens da família e do amor do pai. Logo Karl foge de casa e compõe um grupo que não se sabe se são revolucionários ou apenas arruaceiros. Junto a personagens de nomes sugestivos como Grimm (no alemão: ira), Spiegelberg (no alemão: montanha de espelhos) e Schufterle (no laemão: patife), Karl sai sem destino, para livrar-se dos domínios do pai, dos domínios de uma sociedade aristocrática e da ameaça eminente do irmão, que inveja a ele, trama contra ele diante do pai e o persegue com a finalidade de assassiná-lo e assim apartá-lo da herança da família.
Os pontos comuns entre Schiller e Rodrigues podem ser notados na intenção dos autores em produzir literatura em linguagem popular, retratando cenas do cotidiano, permeada pela crítica, tal qual a crítica social, e que versa sobre os desejos, paixões, angústias e conflitos subjetivos face às convenções sociais objetivas.
Como conclusão da comparação entre Nelson Rodrigues e Friedrich Schiller, assumirei as intenções de Schiller que são apresentadas explicitamente em suas teses “sobre a educação estética do homem” (Schiller, J. C. Friedrich Von, Cartas Sobre a Educação Estética do Homem, 1795), onde o autor propõe que há a necessidade de determinar historicamente o indivíduo representado pela personagem e a partir disto universalizá-lo posteriormente, de modo que sua singularidade, bem como sua realidade fictícia, possa ser objetivada e encontre relação com uma realidade objetiva, ou seja, para que seja possível associar ficção e realidade podendo, através da arte, intervir na realidade concreta, podendo até transformá-la. Para Schiller, a abordagem de questões morais e sócio-políticas numa tragédia dramática será uma estratégia para oferecer conteúdos que possam ser apropriados pelo leitor, promovendo a aproximação deste último à obra e ao autor, quando poderá o leitor apropriar-se da problemática apresentada nos textos, desenvolver suas reflexões a partir dela e assim chegar a modificar seu comportamento. Logo, a crítica do autor é apresentada ao leitor que assumirá, por sua vez, uma atitude crítica transformadora. Assim a arte promoverá o comportamento crítico e poderá ser capaz de interferir na realidade.

Referências Bibliográficas

Rodrigues, Nelson. Anjo Negro; São Paulo: Nova Fronteira, 2005.

________________. Álbum de Família; São Paulo: Nova Fronteira, 2004.

Almeida, Neville de. Os Sete Gatinhos; roteiro: Neville D'Almeida e Gilberto Loureiro; produção: Cineville Produções, Embrafilme e Terra Filmes; Embrafilme, 1980.

Facina, Adriana. Santos e Canalhas: Uma Análise Antropológica da Obra de Nelson Rodrigues; São Paulo: Civilização Brasileira, 2004.

Schiller, Friedrich. Os Bandoleiros; trad. Marcelo Backes; São Paulo:LP&M, 2001.

Rosenfeld, Anatol. Autores Pré-Românticos Alemães; São Paulo: Herder, 1965.

________________. Teatro Alemão: história e estudos, parte I; : São Paulo: Brasiliense, 1968.

Moraes, Aline J. Distinção Social e Desconforto Burguês em Werther in Revista espaço Acadêmico, ano V, nº 49; http://www.espacoacademico.com.br/049rea.htm : junho/2005.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Creio que a vida me fez forte mas para cobrar não me deu sorte.
Talvez tenha bons modos para ser querido e, ainda assim, hei de estar só,
não terei jeito para ser amado.
Creio que vim com juízo para dobrar os meus desejos
e em troca disso deixei a coragem de tomar um beijo.
Quem sabe a maior dádiva foi a força para aguentar ficar parado.

domingo, 25 de julho de 2010

Il cuore appassionato vive quanto
il fiore al Sole.
Un cuore appassionato
vive quanto
un fiore
sotto il Sole.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Quem Dera

"Quem dera"

Quem dera se esta água que molha meu rosto
lavasse meu espírito e limpasse meus olhos!
Se esta água que embebesse minha boca e rechaça o calor dos meus lábios
pudesse esfriar o meu sangue...
Quem dera este rio da vida, que corre ligeiro,
te levasse para longe.
Eu seria contente em atracar o meu barco,
não nadar contra a corrente,
sentar à margem e te ver ir embora.

sábado, 10 de julho de 2010

Somente um Trovão

Não te aflijas, nem te desesperes diante do infortúnio.
Pois o fato de os sonhos não serem palpáveis,
em momento algum diz serem inatingíveis ou inalcansáveis.
Então concentra-te no que tu queres,
com o grande almejar, de paulatina forma eles (os sonhos)virão.
Agora sossega e recosta a cabeça no travesseiro.
Querendo e não contendo-te em chorar, chora!
Não foi nada, somente um trovão!
Lembra-te que as mesmas negras nuvens de tempestades
jorram água cristalina.
Em meio a pedras e escombros,
o mesmo tropeço que gera um vale de lágrimas,
revela um vale de ombros.

Matos, Cesar A. "SOMENTE UM TROVÃO" in "Versos & Escritos". Piraquara:Zarce, 2004.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Tudo o que atrapalha o caminho, voe para longe
Como a fumaça pelo vento.
Véu que criva a visão, voe para longe
Com a fumaça pelo vento.
Todos os pensamentos ardilosos, vão como as horas;
Os sentimentos mais incômodos;
Voem com a fumaça pelo vento
Tome-nos pelas mãos, madrinha Senhora da Conceição.
Botai-nos no colo e acalantai aos nossos ouvidos.
Que isso a agitar-se pesado dentro do peito
Vá embora para deixar a alma ser serena novamente.
Que este embaraço aturdido seja desfeito
E possa dar lugar ao alento.
Que a vida traga aos nossos olhos coloridos,
As flores do pensamento, as cores, a forma e a graça.
Ao espírito, a calma e o prazer de cantar a vida alegremente.

terça-feira, 6 de julho de 2010

das paixões mal sucedidas

O análogo das paixões mal sucedidas é o palito que queima de uma chama viva e esplendorosa.
De início arde forte,
mas dura pouco e ao final queima-lhe os dedos;
Deixa um sinal que logo acaba
tal qual a dor que passa
ou a fumaça dispersada pelo vento.

(Cesar Augusto Matos)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Manifesto II

Manifesto II

Absentir as palavras poestilizadas
Como um writer de interiores.
Criar algo de profunda filosofilia,
Devanaufragear num mar de abobrinhas
Onde vivem peixes antropocefalófagos
Que urubuservam o vôo dos corvos delirantes
Sobre o vagaluminoso lume do luar
E enfim poder alfarrabiscar estrelas nos tetos,
Nas paredes ou qualquer coisa assim,
Fazendo-te absentir do ventre do espírito
O quanto o vento encanta e a mente inventa.


Victor Hugo e Cesar Augusto