segunda-feira, 9 de julho de 2012

Pobres Filhos do Brasil


Pobres Filhos do Brasil

A cada vez que tu fores abordado
Por um destes pobres filhos do Brasil,
Com a voz lânguida a te pedir um trocado,
Tenta lembrar-te de que ele mesmo não é responsável
Pela sua própria situação.
A cada vez que tu fores solicitado por um destes pequenos,
De rosto sujo e roupa rota, querendo um pão,
Lembra-te de que um único pão não saciará a fome de dias.
E antes de considerar-te astuto em saber
Que o pão não será realmente o objeto de consumo,
Saibas que recomendar-lhe uma dose de veneno
Não será jamais a melhor solução.
A cada vez que tu fores importunado
Por um destes pobres miseráveis filhos do Brasil,
Antes de querer pisar-lhe a cabeça,
Como se ele fora animal asqueroso emergido de um buraco,
Pondera que não é ele o culpado pela condição deplorável
Que o rebaixa sob os teus pés.
E enquanto tu esperas alimentá-lo com lixo,
Ele só espera um gesto simples:
De ser feliz ao lustrar teus sapatos tão limpos.  

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