domingo, 14 de agosto de 2011

26 de maio


Ei, velho! Você anda tão calado.
Já há bastante tempo a gente não conversa.
Eu sei, sou controverso e há bastante tempo estou mudado.
Sabe velho, sem você por perto o futebol não tem mais graça...
Sem você por perto o mundo às vezes pára
e o tempo assume estado nostálgico.
Esse aspecto saudosista vem à tona em qualquer coisa que eu faça.
Meu amigo, sente-se aqui ao meu lado.
Quer tomar um chá?
Estou lhe esperando para lavar o velho carro.
Ou irei lavá-lo só, com as lágrimas que eu derrubar?
26 de maio, desde então minhas lembranças vagam,
carregam minha dor a esmo, cavalgando um tordilho, um corcel.
Vou montar minha bicicleta e pedalar até o céu.
Velho, eu sinto falta de contar para algém aquilo que eu sei.
Você se foi e foi o homem da minha vida,
o homem que eu amei.
Ei velho! Estou muito abalado.
Vou acabar aqui nossa conversa
ou vou chorar. E tudo que agora eu disse estará arruinado. 

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