sexta-feira, 21 de junho de 2013

Revolusseau
“O Homem nasceu livre e por toda parte ele está agrilhoado”
“O mais forte nunca é bastante forte para ser sempre senhor”
                                                                   Jean-Jacques Rousseau

Eis que chegará a hora de usares tua força
Para libertar-te dos grilhões,
Aquela endossada, qual constitui a força de teu senhor.
Assim tocarás o chão e as verdadeiras flores,
Assim alcançarás o céu, alcançarás o sol.
Isto acontecerá quando te despertares,
Quando deres conta de teu direito
De não morrer pelo teu príncipe.
Pois, se há tua força, não há de haver tua covardia.
Sendo finita a força dele, há de ser a condição do Estado,

Há de voltar a ser a vida uma dádiva da natureza. 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dorme José
Sossega e dorme, José.
Dorme que assim você sonha.
Dorme, pode dormir.
Sonha, pode sonhar.

Enquanto você dorme,
cantam-te acalantos
(canções de ninar),
contam-te estórias “para boi dormir”.

Enquanto você dorme
e demora a acordar,
teu café vai para Europa,
teu trigo se some.

Logo serão cinco horas,
o galo vai cantar.
- hora do trabalho, olha o ônibus!
Você vai despertar.

Nesse bolo todo
vai comer broa, vai comer bolo,
beber leite com água e soja

e tomar café com gosto de chá.

terça-feira, 18 de junho de 2013

ad libertas”
A ti, que tantas vezes fora cantada.
A ti, ó insondável,
qual não se pode saber onde encontrar.
Na morte?
No amor?
Na loucura?
Em sua honra, amada musa.
Deste que te almeja,
deste que te busca,
deste que te beija.
Deste que te deixa
por ter tido a liberdade de sonhar
sem preocupar-se com a verdade
e que viu tua falsa imagem
ser imposta livremente.
Deste que acordou
e preferiu viver preso em sua utopia
a continuar vivendo “livre” por aí, amordaçado,
com os braços atados numa camisa-de-força (invisível e real).
De um cativo que abdica desta liberdade
que nos permite não fazer o que quisermos,
que nos permite sermos servos,
presos livremente.