domingo, 27 de setembro de 2009

Abstrato

Abstrato
Já não sei o que sou (me perdi).
Ter meu corpo e minha alma,
seu corpo e sua alma,
pra mim não bastou.
Se nada me explica, nada me acalma...
enredo-me em segredos.

Eu tenho medo, eu tenho medo.

Se eu sou pensamento,
eu mesmo me explico,
eu mesmo te invento.
Se também sou um corpo,
pra mim ainda é pouco...
procuro algo mais.

Sou tão pouco concreto,
tão pouco completo.
Complexo,
sou sentimento e sexo,
carne e pecado.

Sou morada do espírito.
Corpo, escravo do tempo.

Se é assim, o que será da minha mente?
Que será da minha alma?
O que será de mim?

Serei livros (matéria),
palavras, idéias, pensamentos, linguagem.
Permanecerei intacto.
Serei palavras (signos)...
idéias, abstrato.

2 comentários:

  1. Caro cezão matos!

    Parabens pelo "antropocéfalofagia" e por todo seu blog! Andei passeando por esse mundo virtual e vi algumas ideias e palavras interessantes, mas nada melhor do que ler algo de alguem que conhecemos, de quem nutrimos respeito e amizade.

    Mas na verdade, alem de estar aqui para cumprimentá-lo e devorar suas idéias, gostaria de atentá-lo para algo que já sabe. O mundo, velhinho, é loko memo! E pensar que passamo boa parte desse microsegundo que chamamos vida achando que estamos vivendo. Escutei atento quando disse que não duvidava das maravilhas do mundo, mas não deixe de buscá-las, meu amigo! Arrisco dizer, até com muito pesar, que nada mais vale na vida se não buscar conhecer estas maravilhas.

    Quando tiver um tempo, gostaria de poder trocar uma ideia com vc sobre isso e sobre esse tal de "don juan". Até lá, continue com o blog, sem parar!

    Grande abraço!

    Will

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  2. Oh, lord Will! suas palavras são louvadas por mim! grato e ao seu lado, irmãos são sempre irmãos!

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