segunda-feira, 9 de julho de 2012


Hey mom, my pipe is not for the crack.
I like to smoke it
when I am writing my paperbacks.
I do it so much that I have a paper stack.

my pipe should not be against the law.
It is an innocent object taking me to flow.
don't worry, I'm not smoking on my bedroom.
I will not to burn my bed, I promise, sure.
I always know what I do.
I'm only enjoying my weed.
And I always dispense the seeds.

(specially dedicated to the "SemSemente" magazine. www.semsemente.com)

Pobres Filhos do Brasil


Pobres Filhos do Brasil

A cada vez que tu fores abordado
Por um destes pobres filhos do Brasil,
Com a voz lânguida a te pedir um trocado,
Tenta lembrar-te de que ele mesmo não é responsável
Pela sua própria situação.
A cada vez que tu fores solicitado por um destes pequenos,
De rosto sujo e roupa rota, querendo um pão,
Lembra-te de que um único pão não saciará a fome de dias.
E antes de considerar-te astuto em saber
Que o pão não será realmente o objeto de consumo,
Saibas que recomendar-lhe uma dose de veneno
Não será jamais a melhor solução.
A cada vez que tu fores importunado
Por um destes pobres miseráveis filhos do Brasil,
Antes de querer pisar-lhe a cabeça,
Como se ele fora animal asqueroso emergido de um buraco,
Pondera que não é ele o culpado pela condição deplorável
Que o rebaixa sob os teus pés.
E enquanto tu esperas alimentá-lo com lixo,
Ele só espera um gesto simples:
De ser feliz ao lustrar teus sapatos tão limpos.  

Lista de coisas a fazer


Lista de coisas a fazer

Um rapaz trazia tatuado em seu braço:
“a umildade prevalece”.
Aqui só há umidade de um dia sem sol.
Mas penso que não há na vida uma idade
Para fazer algo.
Aprender a escrever,
Marcar o seu corpo,
Ter dor ou prazer,
Sentir pulsar o seu sangue,
Agitar o seu peito,
Chorar ou sorrir,
Conhecer o inédito,
Acender um cigarro,
Tomar um banho na chuva.
Experiências sem hora marcada
Porque não há uma idade para viver. 

terça-feira, 5 de junho de 2012

Poema de aniversário.


Poema de aniversário. 


Manhãzinha, vou lá fora
Saudar o dia com Santa Maria,
Que 05 de Junho é dia do verde.
E por graça coincidente, é também este meu dia.
Hoje se comemora a natureza,
Do jardim e da mata.
Comemora-se a alegria do bicho vivente,
A beleza das pedras da serra,
Do rio nascente, da corrente cascata.
Salve este dia frio do sul do Brasil!
Salve os amigos e o calor que eles têm!
Brindemos a uva do vinho
E o aroma da vida.
Louvemos ao sol, à chuva, à lua princesa.
Agradeço à beleza, ao amor,
A tudo de bom que na vida se encerra.
Agradeço à família, à companheira, aos amigos.
E brindo por cada dia deles comigo,
Neste 27 anos deste vivente na terra.  

domingo, 18 de março de 2012

Hoje cruzaste o limite.
Pisaste vacilante sobre a última estrada.
Hoje entoamos o canto mais triste,
Na elegia de um blues para uma morte anunciada.
Trocaste teus passos mais trôpegos sobra a linha da vida,
A mais tênue e mais oscilante.
Enveredaste pelo caminho mais infeliz: o da tua derrocada.
Encontraste a hora derradeira sobre o asfalto,
O ponto terminal de tua jornada.
Não olhaste à frente, sem procurar o futuro.
Não olhaste para trás, sem lembrar o passado.
Deixaste sem rumo teus filhos, sem sorte, sem nada.
Aos teus amigos o pranto como um trago de cana.
Às mulheres da casa fez tuas herdeiras, da prole, da dor e da vida mal dada.    
Escrever é
redigir palavra após palavra
depois ponto. Em seguida,
 palavra, vírgula, mais palavras
e vírgulas e vai, vai, vai.
Enfim, pronto – com ponto
Ou sem ponto. 
O blues tal qual ferida na alma
Numa noite intranqüila, sem sono,
Um copo de calma
E você estirada sobre a cama
Pede à lua que entre, se faça minha dama. 
Não queria ter que saber que a vida toma seus rumos.
Não queria ter que saber que cada um faz suas escolhas
E que a escolha pode não ser quem espera ser escolhido.
Passaria bem sem saber que eu lhe devo dinheiro,
Passaria melhor sem lhe dever dinheiro.
Não queria saber que lhe devo respeito,
Nem que você me deve respeito.
Pior ainda é saber que você pode não me respeitar. 

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Planos em Poema

Planos em Poema (eu e ela no futuro) 

Eu me pego aqui sentado, fazendo grandes planos:
Te tomar pela mão para irmos ver o pôr do sol
Porque ele é para nós dois, num mundo todo nosso.

Ter uma rede na varanda
E um jardim com um balanço.
Curtir as tardes de descanso, admirando o céu azul,
Sentindo o cheiro doce dos jasmins.

Trilhar juntos todos os caminhos,
De mãos dadas, lado a lado.
E então dançar diante da vida
Aos embalos de um rock.

Quero que a felicidade bata à sua porta,
Que esse seu sorriso dos seus vinte anos
Brilhe em nossos dias pela vida toda.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mania de Poetas

Mania de Poetas

Creio que os poetas têm mania de sentir o que outros poetas sentem. E de crer que os grandes poetas pensaram o que ele (o poeta em questão) também pensa. Acredito que os poetas têm fixação pelas idéias mirabolantes e pensamentos embaralhados de todos os poetas; pelas sensações furtivas e efêmeras que os poetas têm. Creio que os poetas sabem que são homens – homens poetas. 
Acima do chão, abaixo do céu.
Minha vontade é de caminhar.
Ir sem rumo certo, andar sem destino.
Chegar a um lugar que seja bom para olhar as estrelas.
Tudo o que preciso é da luz das estrelas como companhia
E do firmamento como abrigo.
Veni
Et
Vidi
Victor.
Poetizarce primum.
Ad poetizarem,
Post poetizarum. 
Sentir o peso do chumbo, o ardor gelado do metal
E ainda assim, ser levado pelos sussurros aos ouvidos:
Melodiosos, vêm como ondas etéreas,
 Vindo leves pelo ar, vêm de manso.
 Abraçam, te envolvem, tomam pelo braço e levam.
Repentinamente suspendem pelo âmago, te laçam.
Como enquanto ouvisse o acalanto do vento,
Qual o santo enlaçado ao tronco,
Sem mais, arpejaram-te pelo peito.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

9 versos para o mês 9


9 para 9

- Amor, abre a cortina.
Setembro está vindo,
o sol é radiante
e os ipês estão florindo.
A harmonia se afina,
A vida recomeça, tudo se anima.
Aproveitemos – setembro vem.
Chega imponente e deslumbrante.  
Amor abre a cortina, o dia está lindo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Jonas (Revived)


Jonas (revived)

Um dia, Jonas veio me contar
Sobre aquele velho tempo ido que não vem mais.
De quando ele cantava aquilo que tocava no seu coração.
E nas noites vagava triste, junto ao seu violão.

Mas quis a vida que o destino de Jonas seguisse outro caminho,
Com endereço prescrito.  
No amanhã, o futuro só hoje conhecido
Teria o nome e o telefone rabiscados num simples cartão.

Hoje, Jonas é um homem convicto
De que aquele mesmo destino
Fez dele um cara feliz.
E ele canta tudo isso com seu jeito sorridente,
Com uma alegria ascendente
De quem teve o que quis.

E também beija suas meninas
Com o brilho na retina de uma vida em vida em sol a pino.
Ele celebra os dias com um sorriso de menino
Que os ganhou de presente num pacote colorido,
Com fita, laço e cartão...  

domingo, 14 de agosto de 2011

26 de maio


Ei, velho! Você anda tão calado.
Já há bastante tempo a gente não conversa.
Eu sei, sou controverso e há bastante tempo estou mudado.
Sabe velho, sem você por perto o futebol não tem mais graça...
Sem você por perto o mundo às vezes pára
e o tempo assume estado nostálgico.
Esse aspecto saudosista vem à tona em qualquer coisa que eu faça.
Meu amigo, sente-se aqui ao meu lado.
Quer tomar um chá?
Estou lhe esperando para lavar o velho carro.
Ou irei lavá-lo só, com as lágrimas que eu derrubar?
26 de maio, desde então minhas lembranças vagam,
carregam minha dor a esmo, cavalgando um tordilho, um corcel.
Vou montar minha bicicleta e pedalar até o céu.
Velho, eu sinto falta de contar para algém aquilo que eu sei.
Você se foi e foi o homem da minha vida,
o homem que eu amei.
Ei velho! Estou muito abalado.
Vou acabar aqui nossa conversa
ou vou chorar. E tudo que agora eu disse estará arruinado. 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011


[...]- Viva, Sr. Macedo, por onde tem andado que desapareceu?
Era o canário; estava parado junto a uma árvore. Imaginem como fiquei, e o que lhe disse. O meu amigo cuidou que eu estivesse doido; mas que me importavam cuidados de amigos?
Falei ao canário com ternura, pedi-lhe que viesse continuar a conversação, naquele nosso mundo composto de uma tela com barra de endereços, caixa de mensagens e ambiente branco e quadrilátero.
- Que tela? Que barras?
- O mundo, meu querido.
- Que mundo? Tu não perdes os maus costumes de professor. O mundo, concluiu solenemente, é um espaço infinito e azul, com barra de endereços por cima. Indignado, retorqui-lhe que, se eu lhe desse crédito, o mundo era tudo; até já fora uma rede social.
Rede social? trilou ele às bandeiras despregadas. Mas há mesmo redes sociais?[...]
Cesar A. Matos. Paródia de “Idéias do Canário”, de Machado de Assis. 

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sobre o Amor

Sobre o Amor

Aprenda a diagnosticar o Amor:

O Amor não é algo que se possa tornar claro.
Tampouco é algo objetivo.
Houve supostos amores que não passaram de mera ilusão.
Por isso não nos aprecemos em identificar algo tão abstruso,
Inferindo sem rigor premissas muito frágeis.
Hipóteses facilmente falseáveis não darão conta deste tema
- quase uma quimera -
Que não poderá nunca ser simples – tenho percebido.

O Amor não é algo polido,
Não é sempre cintilante.
Por vezes, é pesado e dolorido.
Embora qualquer amor seja de valor inestimável
E seja extremamente importante,
Nem todo amor é bem agradecido.
Pelo que os sábios têm ensinado,
O Amor está dentre o que há de mais ininteligível.
Têm o descrito tão obscuro quanto o Espírito.
Estejam todos precavidos, sejam prudentes.
Ao lidar com o Amor tenham sempre cuidado.
Não há absoluta certeza sobre suas causas ou efeitos,
Físicos ou psíquicos – os cientistas têm dito.

Há amores que de tão breves são efêmeros.
Há amores banais e até mesmo amores vis.
Esteja atento ao escolher um deles.
Há amores que quase não podem ser esquecidos.
Ainda que seja um amor lamentável
- pelo que muitos têm narrado ter sentido.

Sobretudo e sem tardar, há que se advertir:
Por mais que seu amor seja muito bonito,
Por mais que seja exuberante e até gigantesco
- pelo que os poetas têm descrito –
Não se sabe se realmente há amor infinito.
 
Em dias de chuva também corre o destino.
O trovão é o passado da luz,
A tempestade é o presente do vento
E a sede não espera em vão o futuro das gotas.
Que bençãos precipitam dos céus?
Outrora vi dias afundarem nas poças.
Mas bençãos precipitam dos céus!
Em dias de chuva também corre o destino.
Hoje pula na poça, brincando e sorrindo diante do futuro.
Diante do porvir, Hoje é um alegre menino. 

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Noite Sentimental

Noite Sentimental







Esta noite estou sentimental.

Hoje refleti sobre a vida, decidi o futuro,

Tive boas e más lembranças, me senti mais maduro.

Pensei sobre coisas de família e demais relações afetivas.

Talvez tenha me sentido mais velho.

Pessoas mais velhas julgam que jovens são extremamente sentimentais.

Ao que me parece, o sentimentalismo dos adultos é tanto mais consistente.

E isso denota que os mais velhos são bastante sentimentais.

Algumas pessoas – geralmente mais velhas e sentimentais –

Lêm regurlamente o horóscopo.

Hoje meu horóscopo me dizia coisas sobre bons sentimentos,

Bons acontecimentos e mais.

Tive boas emoções diante de um diagnóstico sentimental.

Esta noite as outras pessoas também estão sentimentais.

Algumas me parecem carentes.

Na maioria delas pude observar certa necessidade de compartilhar coisas passionais.

Todos nós envolvidos em memórias e paixões sedimentares.

Creio que hoje nos encontramos em estado sentimentalista.

E eu acometido de alguma comoção, venho a escrever esse poema.

Enfim, não sei se em função dos corpos celestes,

Se por causa do frio ou da Lua.

Eis uma noite sentimental.